Antes de falarmos sobre endometriose, é fundamental comentar sobre o útero e a sua estrutura. O útero é um órgão em formato de pera, localizado na região pélvica, acima da bexiga e em frente ao reto. Sua parede é dividida em três camadas: camada externa, chamada de perimétrio, camada média, composta de músculo, chamado de miométrio e uma camada interna, o endométrio.
O endométrio, a camada mais interna da parede uterina, é susceptível a mudanças durante o ciclo menstrual. Na ovulação, ele se espessa, de maneira a se estruturar para abrigar o feto, caso haja fecundação. Na ausência da fecundação, o endométrio se descama e ocorre a menstruação.
Em algumas situações, o endométrio, além de ser eliminado em forma de menstruação, volta pelas tubas uterinas, podendo se depositar na cavidade pélvica, ovários, bexiga e até mesmo no intestino, levando a um processo de inflamação, a endometriose. Por vezes, pode se depositar também na parede vaginal.
Sintomas
Se você sentir muita cólica menstrual acentuadas, fique de olho. Esse é um dos relatos mais comuns de mulheres com endometriose. Os sintomas variam muito de uma mulher para outra, sendo os mais comuns:
– Dor durante as relações sexuais;
– Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
– Diarreia e constipação durante o período menstrual;
– Distensão abdominal;
– Fadiga crônica.
A endometriose deixa a mulher infértil?
Outros fatores associados à infertilidade também existem, mas a endometriose é apontada como uma das principais causas. Aproximadamente 50% das mulheres inférteis são diagnosticadas com endometriose, além disso, uma mulher diagnosticada com a doença pode ter um risco até duas vezes maior de se tornar infértil.
A infertilidade ou a dificuldade em engravidar, ocorre devido ao processo inflamatório e por possíveis alterações estruturais no sistema reprodutor, como quando o tecido do endométrio atinge os dois ovários. Apesar desse risco de infertilidade, ter endometriose não é um veredicto para ser uma mulher infértil, visto que muitas mulheres com endometriose engravidam, inclusive com facilidade.
Segundo o ministério da saúde, infertilidade é a dificuldade de um casal obter gravidez no período de um ano, tendo relações sexuais sem uso de nenhuma forma de anticoncepção, como pílulas, DIU, entre outros.
Afinal, a endometriose tem cura?
A endometriose é uma doença crônica e não se pode dizer que há cura, mas sim que é possível controlar. Existem muitas formas de tratamento, e a conduta médica depende do tipo de sintoma e de qual região houve infiltração do endométrio.
A endometriose é uma doença crônica e não se pode dizer que há cura, mas sim que é possível controlar. Existem muitas formas de tratamento, e a conduta médica depende do tipo de sintoma e de qual região houve infiltração do endométrio.
Quando você, mulher sente dores muito acentuadas, o tratamento se dá, principalmente, por cirurgias corretivas, que também proporcionam um alívio temporário das dores. Mas nem sempre o médico opta por tratamento cirúrgico. Existem outras opções que são analisadas conforme as características clínicas individuais de cada paciente.
Tratamentos hormonais são importantes para ser utilizados, para regular a produção de estrogênio. O estrogênio está relacionado ao desenvolvimento da endometriose e interferem no ciclo menstrual e pode levar a dificuldades em engravidar.
O uso de anticoncepcional oral ou dispositivo intrauterino (DIU), ajudam a regularizar o fluxo menstrual e previnem o crescimento de tecido endometrial dentro e fora do útero.
Analgésicos e anti-inflamatórios são considerados na conduta terapêutica.
Exercícios e uma boa alimentação são grandes aliados, pois amenizam o processo inflamatório causado pela doença.
Por isso, é indicado ficar atenta aos sintomas e visitar regularmente o seu ginecologista. Assim, será possível prevenir a progressão e tratar da melhor maneira possível.
Diagnóstico
Os primeiros exames utilizados no diagnóstico da endometriose são os de imagem, pois permitem que o médico visualize as estruturas do aparelho reprodutor feminino e consiga identificar alterações. A ultrassonografia é de fácil acesso e amplamente utilizada na investigação inicial. Muitas vezes, o médico solicita a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve para confirmação.
A laparoscopia com inspeção da cavidade abdominal e o exame anatomopatológico de lesões suspeitas, nem sempre são indicados, mas também são extremamente importantes para a confirmação do diagnóstico e definição do prognóstico, conforme o grau das lesões.
Fonte: Diagnósticos do Brasil